#3 Musa Acuminata Cavendish

Flávia Gusmão / Batucadeiras Finka Pé (PT/CV)

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Local: Auditório da Biblioteca de Marvila

Data: 29 de Outubro | 21h30

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A memória é o lugar natural da ficção: onde esquecemos como mecanismo de sobrevivência e nos lembramos como mecanismo de individualidade que permite estabelecer a identidade, o que se torna particularmente relevante nas comunidades na diáspora. Trabalhar a partir dos processos do luto de todos os intervenientes permite estabelecer um espaço de criação que torna visível não só a forma como as diferentes culturas vivem o luto, mas, também, abordar temáticas que aparecem como territórios culturais e emocionais fechados e invisibilizados.

A memória do luto surge como partilha - ciclo perpétuo de aparecimento, desaparecimento e renovação - o lugar orgânico da memória: como no final do segundo capítulo em que as bananeiras ao guinchar, simultaneamente, gemem, festejam, parem e anunciam a sua morte.

Este espectáculo é a terceira parte (de cinco) do projecto NA LUT@, trabalho de longa duração sobre o luto e a memória, dedicado a Samira Pereira (activista e produtora cultural, falecida em 2021).

Penelopíada

Susana Cecílio / A Algures (PT)

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Local: Auditório Camões

Data: 30 de Outubro | 15h15

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Chega até nós a escrita dos homens, mas, para quem sabe abrir as malhas, chega-nos a inscrição das mulheres. A Penelopíada é uma obra que se tece e destece continuamente, percorrendo grandes mitos mas, desta vez, contados por animais, ilhas, fios, pedras, a partir de uma relação sensível com as coisas. As mãos de Penélope vão trabalhando as histórias e, como o seu manto, sabemos que nenhuma história pode ser verdadeiramente acabada.

CONTEXTO

Penelopíada, é o resultado de um processo de mais de um ano de criações, investigações, pesquisa e apresentações, formalizado num espectáculo de teatro narrativo inspirado nas materialidades dos elementos.

Tal como na Odisseia, onde Penélope tece e destece o seu manto para ganhar o tempo, assim acontece com este processo. A metodologia é, em si, um exercício de diálogo com a prática de Penélope: fazer e desfazer. Desmembrar, deixá-lo nu; sem amparo.

Apresentámos ao público esse esqueleto, fruto da investigação “Penélope, Helena e outras mulheres”. E de novo pegamos nos instrumentos destecidos e voltamos a criar pequenos quadros: os cinco cantos temáticos. Mostrá-los, para de novo os destecer. E, finalmente, com todos os fios, todas as cores e padrões escolhidos destecidos, tecer o pano final que será uma apresentação de uma cosmovisão feminista; uma costura poética da vida de Penélope, com todas as suas contradições.