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DIÁLOGOS

II Festival Eufémia Perspectivas de Género e Identidades em Cena

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Porque o pessoal é político, pensamos e debatemos as formas contemporâneas de resistir aos mecanismos de controlo e opressão hegémonicos sobre os corpos, perpetuados através do estigma, da discriminação, da exclusão e do afastamento de identidades e capacidades diversas. 

 

Este diálogo questiona problemáticas muitas vezes consideradas como independentes entre si, mas que se cruzam na violência sistémica inerente a uma determinada concepção anatómica, psicológica e socialmente padronizada do que deve ser a norma: um padrão de corpo, de mente ou de comportamento definidos como “normais” e esperado nas pessoas consideradas iguais, negando e cancelando as diversidades e tudo o que questiona a hegemonia. Discutimos sobre a opressão que deriva dos estereótipos e mandatos sociais e morais; a problemática do capacitismo; os padrões estéticos normativos; e as noções tipificadas em torno do conceito de “saúde” física e mental. Analisamos e reflectimos sobre as opressões activas e deliberadas, como acontece com a falta de acessibilidade e a discriminação nas suas mais variadas camadas (acceso ao trabalho, ao atendimento médico, etc.). Nomeamos e denunciamos a violência médica que define muitos dos  tratamentos oferecidos a mulheres, a pessoas trans e não-binárias, a pessoas negras e a pessoas com deficiência.


Através de uma abordagem transversal e interseccional, observamos o ponto em que se encontram, neste momento, as lutas concretas contra as violências capacitistas, transfóbicas, homofóbicas, machistas, racistas, classistas e de condição socio-económica. Por último, destacamos a relevância da desconstrução social trazida pelas apropriações dissidentes dos espaços de visibilidade, estabelecendo falências e descontinuidades na esfera pública.

Duração: 90 min.

Entrada Livre | Sem Reserva

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Quais são as perspectivas e as narrativas dominantes na literatura e como é que estas influenciam a nossa percepção da história, da política e da cultura? 

 

Nos últimos anos, a visibilidade e a publicação de obras de escritoras mulheres e pessoas de géneros dissidentes cresceu exponencialmente. Nesta mesa, questionamos a ideia de “emergência” ou “novidade” na escrita e publicação de obras destas autorias; reflectimos sobre as reivindicações feministas, transfeministas e interseccionais na produção literária e na sua distribuição; indagamos sobre a subalternidade histórica, ainda estrutural e sistémica, das condições de produção e distribuição de obras de autorias não-dominantes e sobre como isso se reflecte nas narrativas hegemónicas ensinadas e instituídas; olhamos para os desacordos, as estratégias e os recursos na ocupação dos espaços onde se constrói o saber e o conhecimento e para as disputas simbólicas, de circulação do pensamento crítico e de resistência à opressão através da escrita; reflectimos, ainda, sobre a complexidade dos processos envolvidos, que vão desde as lutas concretas de diferentes movimentos sociais até ao fenómeno editorial e comercial, que possibilita (e cria as condições para) que novos públicos possam ter acesso a essas narrativas. Partindo deste panorama, destacamos a singularidade e a pluralidade das vozes comprometidas em questionar a construção social e histórica de género, que atravessa a trama social e interage com outras opressões sistémicas ligadas a camadas de identidade como a classe, a raça, a etnia, a religião, entre outras.

Duração: 90 min.

Entrada Livre | Sem Reserva

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Há palavras que já não usamos, como ardina ou vitrola, porque aquilo que descreviam foi desaparecendo. Há palavras que ainda não usamos, porque não conhecemos as coisas que vão descrever. Há coisas que sempre existiram, mas para as quais nunca quisemos inventar palavras. Criar uma palavra é reconhecer uma existência. A nossa compreensão do mundo e de quem somos é moldada pelas palavras que usamos. É por isso que o nosso vocabulário é tão poderoso. Através de relatos pessoais, André Tecedeiro e Laura Falésia conversam sobre como as suas memórias de infância e adolescência impactaram as suas noções de género e identidade. Esta palestra-performance é um convite ao reconhecimento da diversidade humana e à criação de espaços mais seguros e inclusivos, a começar pela forma como comunicamos.

Duração: 90 min.

Entrada Livre | Reserva Online AQUI

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A relação intrínseca entre políticas culturais, criação artística e artistas deriva de configurações políticas e sociais concretas que desenvolvem uma função significativa na gestão e distribuição dos espaços da arte. Esta mesa propõe uma reflexão transversal, que integra duas dimensões muito relevantes: por um lado, uma crise cultural generalizada baseada em tensões entre as exigências por parte do sector cultural e os escassos recursos de financiamento que o Estado concede; por outro lado, a relevante transformação cultural desenvolvida nos últimos anos, onde emerge um novo protagonismo de identidades não normativas e dissidentes, identidades múltiplas que não ocupavam lugares de visibilidade nos espaços institucionalizados da arte, em virtude de uma estrutura invisibilizadora e silenciadora capaz de definir, de antemão, quem os ocupa.

 

Historicamente, têm-se vindo a estabelecer padrões culturais normalizados, com os quais artistas e públicos necessariamente se relacionam. Apoiados numa base que tende a valorizar relações capitalistas, impregnada por uma hierarquia étnico-racial orientada por uma injusta divisão social do trabalho, cristalizou-se uma estrutura profundamente excludente que valoriza determinadas corporalidades e condutas em detrimento de outras. Estas relações, por sua vez, parecem vir a sofrer uma mutação, encontrando novas formas de exploração e procurando assegurar os lugares já previamente distribuídos, revelando um jogo de forças assimétrico entre estrutura, agentes e artistas. Como tal, torna-se fundamental dar relevo à dimensão histórico-crítica, politizando a história e os contextos de arte. Este novo protagonismo é também fruto de uma nova organização social resultante dos últimos anos de mobilização, de um cenário político permeável a algumas reivindicações sociais e de activismo através (e para além) da arte.

Duração: 120 min.

Entrada Livre | Sem Reserva

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